Estudo sobre os hábitos e comportamentos do consumidor para o mercado de Bem Estar.
Segundo o relatório do Global Wellness Institute (GWI), o Brasil possui o maior mercado de Wellness (Bem estar) na América Latina e o décimo segundo maior mercado no mundo. Enquanto o mundo teve um crescimento médio de 12% entre 2020 e 2022, o Brasil cresceu 18% no período. Estes dados mostram um enorme potencial e grandes oportunidades para as empresas brasileiras. Para entender melhor os hábitos e preferências do consumidor, a Reds Research realizou um estudo nos meses de julho e agosto de 2024, sobre o mercado de bem estar, confira a seguir:
O Estudo
Análise de dados coletados sobre os hábitos de consumo e gastos da população brasileira em relação a produtos e serviços de bem-estar, através de questionários online.
Perfil da Amostra
A pesquisa sobre gastos e hábitos em produtos e serviços de bem-estar no Brasil entrevistou uma amostra representativa (500 pessoas no Brasil) de adultos de diferentes regiões, faixas etárias, níveis de renda e escolaridade.
Gênero: Homens – 48% e Mulheres – 52%
Idade: Menor que 24 anos- 20%, 25 a 34 anos- 28%, 35 a 44 anos- 29% e 45 +-22%
Classe Social: Classe A -14%, Classe B1–14%, Classe B2- 30%, Classe C1- 20% e Classe C2–22%
Regiões Principais: SP- 29%, RJ-11%, MG: 6%, BA: 11%, PR: 5%, PE: 5%, DF:3%, GO: 4%, PA: 3%, AM: 2%e outros estados (1% respectivamente).
Os gastos com “Bem Estar” nos últimos 12 meses
De acordo com o estudo, 78% dos entrevistados afirmam que seus gastos com produtos e serviços de bem-estar aumentaram em relação ao ano anterior. Essa tendência de crescimento nos investimentos em Bem-estar pode representar uma oportunidade importante para empresas que atuam nesse setor, visando atender melhor as necessidades e preferências desse público consumidor.
O percentual é ainda mais significativo entre os homens, com 81% declarando um aumento nos gastos.
Também é possível observar que as classes sociais mais altas tenderam a gastar mais com bem-estar, com 89% dos entrevistados da classe A. Isso mostra que o setor de Bem-Estar está se tornando significativo, justamente por “furar a bolha” da classe A, tendo impactado 7 em cada 10 consumidores da classe C, que tem menos recursos para investir além do básico.
Além disso, o fato reflete uma maior conscientização e valorização da saúde e qualidade de vida entre os brasileiros, principalmente nos segmentos de renda mais alta e entre o público masculino.
Categorias que mais cresceram
1. Saúde Preventiva: 61% dos entrevistados estão gastando mais
Consultas regulares, exames, medicina alternativa, suplementos e vitaminas.
A maioria dos entrevistados declarou ter gasto mais em prevenção à saúde, como consultas médicas regulares, exames de rotina e medicamentos preventivos, vitaminas, etc. Esse foco na saúde proativa demonstra uma preocupação crescente em manter o bem-estar geral.
Os dados do estudo da REDS revelam importantes tendências sobre os gastos dos brasileiros em prevenção para a saúde. Menos mulheres gastaram nesse quesito (59%) em comparação aos homens (62%), e também mais indivíduos das classes A e B (67% e 63%, respectivamente) do que a classe C (56%).
2. Aparência e Cuidados Pessoais — 56% dos entrevistados
Skincare, produtos de beleza, cosméticos, tratamentos estéticos e serviços de cuidados pessoais.
As mulheres se destacam com um maior crescimento de gastos (63%) nesta categoria, o que inclui produtos de beleza, cosméticos, tratamentos estéticos e serviços de cuidados pessoais. Elas gastam mais do que os homens, com 48% . Esse investimento reflete a importância dada à aparência e ao autocuidado entre o público feminino.
Em relação à classe social, a classe A lidera os aumento com gastos, com 69%, seguida pela classe B com 56% e a classe C com 52%.
Analisando por faixa etária, os jovens de até 24 anos são os que mais buscaram investir em cuidados pessoais, com 73%, enquanto a faixa etária de 25 a 34 anos registra 59%, a de 35 a 44 anos tem 50%, e aqueles com 45 anos ou mais apresentam 43%. Regionalmente, o Norte se destaca com 66% de crescimento dos gastos, seguido pelo Nordeste com 60%, Centro-Oeste com 58%, Sudeste com 51% e Sul com 60%.
Esses dados são corroborados por levantamentos do IBGE, que indicam padrões similares de consumo em relação a gênero, classe social e distribuição regional.
3. Nutrição — 55% dos entrevistados
Bebidas e alimentos funcionais, suplementos alimentares.
Os homens registram maior aumento de gastos em nutrição do que mulheres, 62% versus 48%. Observa-se também que a classe A lidera gastos categoria, seguida pelas classes B e C. Quando o recorte é idade, a faixa entre 25 a 34 anos são as que mais investem em produtos e serviços relacionados à nutrição. O nordeste também se destaca com 64%.
4. Boa forma física — 41% dos entrevistados
Academias, atividades físicas, apps, etc.
O crescimento de gastos com boa forma física e cuidados com o corpo variaram significativamente de acordo com o gênero, classe social e faixa etária no Brasil.
Os homens (46%) x mulheres (37%) em atividades e produtos relacionados à condicionamento físico, podendo mostrar uma maior preocupação quando se trata do bem estar físico.
Quanto à faixa etária, os jovens de até 24 anos (49%) e os adultos de 25 a 34 anos (50%) são os que mais aumentaram os gastos , enquanto a faixa de 35 a 44 anos (33%) e 45 anos ou mais (32%) foi menor. Regionalmente, o Nordeste (48%) lidera os gastos, seguido pelo Sudeste (R$41) e Sul (R$43), enquanto Norte (R$25) e Centro-Oeste (R$30) apresentam os menores valores.
Dados do IBGE confirmam que a renda e o acesso aos serviços de saúde e bem-estar variaram significativamente entre as diferentes regiões e classes sociais do Brasil, influenciando diretamente os padrões de consumo observados.
5. Sono — 32% dos entrevistados
Produtos e serviço, que ajudam a qualidade do sono, apps, vitaminas como melatonina, etc.
O sono tem sido uma categoria nova a ser analisada na questão do Bem estar. A Classe A é sem dúvida a que mais investe em sono (45%). Os jovens também se preocupam em dormir bem — 25 a 34 anos (36%) versus( 28%) dos 45 +.
Em relação ao gênero, as despesas entre os homens (33%) e as mulheres (32%) são praticamente iguais.
6. Saúde Mental — 32% dos entrevistados
Terapia, meditação e outras práticas voltadas para o equilíbrio emocional.
Os homens foram os que mais aumentaram seus gastos com saúde mental, incluindo terapia, meditação e outras práticas voltadas para o equilíbrio emocional. Esse dado revela uma crescente conscientização sobre a importância do bem-estar psicológico entre o público masculino.
Os dados revelam que os jovens até 24 anos são os que mais gastam com saúde mental, com 44% do total de investimentos nesta categoria. Em contrapartida, as pessoas com 45 anos ou mais são as que menos investem, com apenas 19% dos gastos.
Quando fazemos a comparação por gênero, os homens gastam mais (37%) em comparação com as mulheres (27%).
Essa tendência reflete a maior preocupação e valorização da saúde mental entre os públicos mais jovens, que talvez tenham maior acesso a informações e serviços relacionados ao bem-estar mental. Por outro lado, as pessoas mais velhas tendem a priorizar outros aspectos do bem-estar, como saúde física e cuidados pessoais.
Outro aspecto interessante é que no último ano, o sono foi mais impactante para as mulheres do que a saúde mental (32% X 27%), ao contrário dos homens, que gastaram mais com saúde mental do que sono.
Geração Z e Geração Y têm diferentes prioridades quando se trata de Bem Estar
O estudo da Reds mostra que a Geração Z é a geração que se preocupa mais mais com Saúde preventiva, Aparência e cuidados pessoas e Saúde mental.
Enquanto que a Geração Y investe mais em nutrição e Sono do que as outras gerações.
Drivers para aquisição de produtos de bem-estar
Cada vez mais o mercado de Bem estar é visto com seriedade e eficácia. Não é a toa que as pessoas estão investindo cada vez mais em produtos, serviços que tragam resultados eficazes, mas que também sejam recomendados por profissionais, em primeiro lugar. Qualidade comprovada e certificação pelas organizações da saúde também são elementos importantes na escolha dos produtos de bem estar.
Na tabela acima, a recomendação de profissional é o elemento mais importante para as categorias: saúde preventiva, nutrição, boa forma física e saúde mental, indicando que os consumidores buscam orientação profissional nessas áreas do bem estar.
Mas para aparência e cuidados pessoais e sono, a certificação de organizações da saúde é mais importante do que a recomendação de um profissional, podendo indicar que os consumidores têm se baseado mais em “auto-cuidado” para essas categorias.
Qual o driver mais relevante para sua marca e como repercutir nos seus consumidores?
As marcas precisam de considerar quais as mensagens e quais os caminhos que têm maior probabilidade de repercutir em seus consumidores.
Certificação versus Ingredientes Naturais e Orgânicos?
Para uma marca de CUIDADOS PESSOAIS, a “CERTIFICAÇÃO” com órgãos da saúde pode ser uma estratégia mais eficaz do que investir em RECOMENDAÇÃO DE AMIGOS ou ainda se posicionando como uma marca de ingredientes naturais ou “orgânicos”. De acordo com o estudo, 17% dos entrevistados afirmam que escolhem o produto de cuidados pessoais se eles têm certificação de algum órgão da saúde, versus 10% escolhe por eles terem ingredientes naturais e orgânicos.
Confirmando esta tendência, uma pesquisa da McKinsey nos Estados Unidos, afirma que os consumidores atualmente querem ter mais controle sob sua saúde e esperam que as empresas e marcas entreguem soluções eficientes e cientificamente comprovadas. Abaixo, a tabela mostra uma comparação pela preferência de produtos que provaram a sua eficácia clinicamente em comparação a fórmulas orgânicas e naturais. Em todas as categorias, a eficácia clínica superou as fórmulas orgânicas e naturais.
Conclusão
O estudo realizado pela Reds Research revela insights significativos sobre os hábitos e comportamentos dos consumidores brasileiros no mercado de bem-estar. O Brasil já se destaca como o maior mercado de wellness da América Latina, indicando um potencial significativo para as empresas que atuam nesse setor. A nossa pesquisa identificou que 78% dos entrevistados aumentaram seus gastos com produtos e serviços de bem-estar em 2024.
As categorias de gastos mais relevantes incluem saúde preventiva, aparência e cuidados pessoais, e nutrição, tendo como driver principal de compra: recomendações profissionais e certificações evidentes nas embalagens. Esta última, a certificação, reflete uma crescente conscientização sobre a importância do autocuidado e da saúde proativa entre os consumidores.
Outra descoberta é que a Geração Z mostra-se mais preocupada com saúde preventiva e saúde mental, enquanto a Geração Y prioriza nutrição e sono.
As marcas devem considerar esses insights ao desenvolver suas estratégias de marketing, focando na qualidade comprovada e na certificação dos produtos, que se mostraram mais relevantes do que apenas apelos a ingredientes naturais ou recomendações pessoais. Em um mercado cada vez mais competitivo e informado, compreender os drivers de compra é essencial para atender às necessidades dos consumidores e garantir a lealdade à marca de Bem Estar.